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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
Roda gigante.

"Me diverte ao pensar que, em vários momentos, estou brigando comigo mesmo. Espero que todos se divirtam não há muito mais a fazer neste mundo." E foi neste momento - ao ler estes versos - que me apaixonei por Paulo Leminski.
Rolou uma empatia logo em que comecei a ler seus ensaios. Consiguia imaginá-lo em meados de 1960, sentado, escrevendo, pensando no que ia dizer.
Realmente "não há muito mais a fazer neste mundo." Brevemente vi um pouco de mim no papel. Como quando você esquece uma palavra e fica querendo lembrar, chega perto e... Não consegue. Ai alguém te lembra e você sorri ao dizer: "exatamente!!".
Posso dizer que foi isso que senti nos últimos anos e não consegui expressar em palavras. Ainda bem que um estranho o fez por mim e eu caí entre todos os livros da prateleira do meu irmão no seu, sem recomendação.
A sensação foi similar a de ver um trailler de minha vida. Li o trecho a cima. Parei. Levantei os olhos. Observei ao redor minhas fotos penduradas na parede e obtive uma sensação de cinestesia.
A diversão explodiu no meu peito em diversas cores e sentidos. Não á diversão óbvia dos tais parques. Aquela singela que se vê nos olhos de duas crianças quando vão fazer a famosa "arte" que assusta as mães.
Não aquela clichê de sexo, drogas e rock'n' roll. Aquela que não entendemos bem e que muitas vezes nos esquecemos quando maiores e que nos leva a viver vidas sem cor.
Pousei a caneta no papel, olhei para a janela e refleti por alguns momentos que talvez este texto esteja indo para as linhas erradas. E antes de usar minhas ideias como verdades absolutas, pergunto para vocês, qual a sua diversão(ponto de interogação, este computador não tem, me desculpem irei arrumar isso assim que possível).
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
E se...
Sou jovem, creio eu, em corpo, alma e espírito. Dou valor tanto àquilo para que posso usar meu corpo quanto para àquilo que posso usar minha mente, talvez porque razão e emoção não sejam coisas opostas, mas sim complementares. Meu nome? Não, isso não importa. Meu nome não define o que sou. Há milhões de pessoas com meu nome por aí e nem por isso são iguais ou diferentes de mim. Nomes facilitam sermos chamados pelos nossos iguais, mas só isso.
Eu sou aquilo que faço e aquilo em que acredito. Posso dizer que sou humana, pois assim podem imaginar melhor como meu corpo se parece. Porém quanto ao corpo, ele é apenas ínfima parte daquilo que sou. Não! Não o estou menosprezando! É um instrumento incrível! Com ele realizo coisas que muito me alegram! Com movimentos coreografados em sincronia com música, faço meu pensamento voar longe, a cada conquista, um salto, a cada derrota, motivação. Dizem também que sofro de cinestesia. Sofro? Não. O mundo colorido é mil vezes mais belo do que o em preto e branco, que não deixa de ter sua beleza clássica. Enxergo cores no mundo, tanto no mundo físico como no mental. Qual é a cor das emoções? Qual é a cor do som?
Acredito que minha paixão por cores é explícita na minha paixão por arte, o único modo que encontrei de expressar minha cinestesia. É belo ver um mundo em cores, mais bonito ainda é partilhar dele com alguém. Mas nem o melhor pintor, ou o melhor ator, músico, escritor, bailarino ou fotógrafo, poderia descrever a mágica sensação que é ver as cores dançarem aos seus olhos ao som de uma nota, ou à breve menção de uma lembrança.
E quem acredita na beleza das cores introspectivas, por que deixaria de acreditar em todo o resto? Dizem que tenho disposição para o ocultismo. Dizem que tenho muita ingenuidade. Pode ser. Pelo ocultismo enxergo meios de mostrar minhas próprias e novas cores ao mundo. Quanto a minha ingenuidade, talvez. Simplesmente não vejo como o mundo pode ser tão complicado. Por que ver cascalho onde se encontram diamantes? Afinal, não é o diamante parente do grafite? Dizem que acredito no impossível. Que seres da natureza são apenas animais, vegetais e alguns consideram os minerais. Acreditar é questão de escolha. Eu não acredito, então, naquilo que os outros chamam de realidade, se for assim. Acredito que se eu quiser posso criar asas e voar para dentro de um céu estrelado em noite de lua cheia, ou posso arrumar uma cauda e ir nadar com os peixes de um rio cristalino. Acredito no que me diz minha mente em sincronia com meu coração.
Há aqueles que afirmam não acreditar em nada, e portanto, concluem, são abertos para novas possibilidades, não se mantém fechados a uma única esfera. Falando assim eles se remetem a esfera religiosa, esquecendo-se, como de costume humano, da própria esfera. Quem não acredita em nada acabou de fechar para si a possibilidade de acreditar em novas coisas.Me acompanhem e permitam-se sonhar um pouco; imaginem-se sentados em um frio dia de inverno num banco de ônibus em movimento, vestindo apenas um casaco. As janelas do ônibus estão completamente abertas e por motivo nenhum devem ser fechadas, pois se assim o forem, haverá o risco de contágio por uma doença fatal. Do lado de fora está amanhecendo. A aurora cor-de-rosa alaranjada faz entrar junto ao vento o cheiro do orvalho da manhã. No céu o sol é escondido pelas nuvens rosadas, de modo que apenas seus raios superiores fiquem visíveis. Você respira fundo e sente o gélido ar entrar por todas as suas vias respiratórias, provavelmente você tremeu, lembrando-se apenas agora de que está usando só um casaco. O vento cheirando a orvalho e aurora insiste em entrar. Consegue, por um momento, se imaginar escapando dali e voando ao encontro do sol nascente? O sol que reluz novo, e que em menos de doze horas atravessará o céu e nos dará a honra de mais um espetáculo, celebrando a sua morte. No momento nada disso importa, apenas que o sol está tão perto que você consegue sentir o toque aveludado de seus raios tocarem sua gélida pele por debaixo do casaco. A mágica sensação do inverno, o toque do sol que é para sempre verão.
Agora, volte comigo. Desça do céu, saia do ônibus. Volte aqui um instante, por favor.Gostou do sonho?
Dizem que vivo longe daqui, que tenho meu próprio mundo, que sou infantil. Sim. O mundo em que vivo não é apenas meu, é puramente minha versão do nosso. Por que devemos enxergar apenas aquilo de ruim que nos acontece? Coisas ruins acontecem, é claro, mas não tem problema. Se você foi pego de surpresa na chuva não tente ficar seco, é bom tomar banho de chuva. Se alguém está te enganando, sorria para ele. Você sabe que estão tentando te enganar e é exatamente por isso que não será enganado. Uma resposta calma e bem pensada colocará tudo de volta nos eixos.
Quando digo aos outros que tudo é divertido de realizar, tentam me convencer do contrário. Concordo que nem tudo é empolgante, concordo que existem coisas perigosas, mas graças a elas, todo o resto, o enorme resto, é recompensa.
Podem existir milhares de verdades, opiniões, certo, errado, bem, mal. Tudo depende da nossa visão de mundo. Acredito que o mundo é um só. Acredito que a morte vem quando precisamos de coisas novas e o nascimento é a consequencia, um presente tão grande quanto a temida morte.
Podem me chamar de ingênua. Podem dizer que eu sou criança, ou louca, ou artista. Qualquer outro nome.
Não sei quem eu sou. E acho que se eu soubesse, aí sim, a vida perderia a graça!
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