
"Me diverte ao pensar que, em vários momentos, estou brigando comigo mesmo. Espero que todos se divirtam não há muito mais a fazer neste mundo." E foi neste momento - ao ler estes versos - que me apaixonei por Paulo Leminski.
Rolou uma empatia logo em que comecei a ler seus ensaios. Consiguia imaginá-lo em meados de 1960, sentado, escrevendo, pensando no que ia dizer.
Realmente "não há muito mais a fazer neste mundo." Brevemente vi um pouco de mim no papel. Como quando você esquece uma palavra e fica querendo lembrar, chega perto e... Não consegue. Ai alguém te lembra e você sorri ao dizer: "exatamente!!".
Posso dizer que foi isso que senti nos últimos anos e não consegui expressar em palavras. Ainda bem que um estranho o fez por mim e eu caí entre todos os livros da prateleira do meu irmão no seu, sem recomendação.
A sensação foi similar a de ver um trailler de minha vida. Li o trecho a cima. Parei. Levantei os olhos. Observei ao redor minhas fotos penduradas na parede e obtive uma sensação de cinestesia.
A diversão explodiu no meu peito em diversas cores e sentidos. Não á diversão óbvia dos tais parques. Aquela singela que se vê nos olhos de duas crianças quando vão fazer a famosa "arte" que assusta as mães.
Não aquela clichê de sexo, drogas e rock'n' roll. Aquela que não entendemos bem e que muitas vezes nos esquecemos quando maiores e que nos leva a viver vidas sem cor.
Pousei a caneta no papel, olhei para a janela e refleti por alguns momentos que talvez este texto esteja indo para as linhas erradas. E antes de usar minhas ideias como verdades absolutas, pergunto para vocês, qual a sua diversão(ponto de interogação, este computador não tem, me desculpem irei arrumar isso assim que possível).
Nenhum comentário:
Postar um comentário