sábado, 15 de setembro de 2012

Como os nossos pais


Estive pensando sobre a geração de nossos pais. A geração ativa dos dias de hoje, os ditos “adultos responsáveis”, que escrevem nos blogs, jornais, revistas, enfim, aqueles que tem a voz ouvida e a opinião levada a sério, ou ao menos ponderada, pelos demais, pura e simplesmente porque são considerados maduros.

Já cansei de ver artigos publicados, principalmente na internet, e alguns textos de apoio de vestibular e ENEM sobre como a geração atual, a nossa geração, é extremamente viciada nas novas tecnologias, como não largamos da internet, como só nos comunicamos por SMS ao invés de ligar para as pessoas, sobre como somos imaturos em relação a drogas e álcool, fazendo uso deles só para parecer forte diante dos amigos, sem pensar nas consequências para o futuro.

Também dizem somos muito dependentes dos nossos pais, ou então, que não os escutamos por rebeldia, que somos muito distantes da família, e valorizamos demais as amizades. Sempre há o que colocar defeito.

Então, peço licença a esses renomados críticos da psicologia juvenil para defender o nosso lado na historia.

Não vou rebater um por um dos argumentos dessa gente por dois motivos: um, porque isso não é um texto modelo ENEM, dois, porque bater o pé e fazer birra só ia me fazer parecer uma criança mimada que quer um doce e a mãe não dá.

Não. O que eu quero é apontar um elemento aparentemente inofensivo na fala de muitos adultos. Creio que todos aqui já ouviram alguém entre 35 a 50 anos dizer algo como: “Quando eu era adolescente eu achava que os trinta anos estavam tão longe! Sempre pensava que eu ia ser velho com essa idade e que os problemas do mundo estariam resolvidos!”

Pois é, não estão resolvidos coisa nenhuma, meus amigos, e sabe por que? Porque problemas do mundo não se resolvem sozinhos. Porque você não pode sentar e esperar que a solução caia do céu. Acho que a maioria de nós, os jovens bêbados, viciados em computador e dependentes (ou independentes) demais dos pais, sabemos disso hoje.

Quando os adultos dizem que não conseguiam imaginar a vida deles quando chegassem aos trinta, me desculpem, mas eu interpreto isso como falta de visão de futuro. São eles que de acordo com inúmeras pesquisas, provaram ser a geração com maior números de divórcios e casamentos consecutivos. Podem dizer que é algo de cunho histórico, já que antes os pais deles, nossos avós, sofriam com casamentos infelizes e as pressões da sociedade tornavam o divórcio uma missão praticamente impossível. Talvez tenha mesmo um fundo de razão, mas não acredito que a maioria das relações entre casais seja passageira, que seja só um impulso primitivo a que as pessoas respondem e que se apaga após um tempo. Não. Para mim essa grande quantidade de divórcios pode ser explicada por falta de planejamento do futuro, falta de uma analise mais critica de si mesmos e de como suas ações podem impactar suas vidas.

A maioria dos jovens que conheço não só têm essa visão de futuro, como focam nela para conseguir o que querem da vida. E mesmo que a falta de experiência deixe duvidas nas nossas cabeças sobre o que realmente esperamos do nosso futuro, ainda assim não temos medo de arriscar e, se a escolha se provar errada, tomar outro rumo.

Então, por favor meus caros “adultos responsáveis”, antes de falar apenas dos defeitos da geração jovem, procurem usar suas mentes tão maduras para filtrar o que realmente é algo a se preocupar e o que não passa da velha e tradicional implicância entre pais e filhos que nos remete aos tempos imemoriais.

2 comentários:

  1. Relendo o texto percebi que soei um tanto quanto revoltada. Nao estou de mal com o mundo, so pra avisar! ;)

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  2. Realmente, estamos vivendo na era das ambiguidades. Nunca vi tanto comunista viciado em compras, tanta hipocrisia, tanto discurso feito só pra se sentir melhor antes de dormir.

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